Página inicial / Reviews / Review: Black Myth: Wukong — a fúria sagrada de um macaco que não sabe perder

Review: Black Myth: Wukong — a fúria sagrada de um macaco que não sabe perder

A Game Science surgiu em 2014, em Shenzhen, pelas mãos de Feng Ji e Yang Qi, dois devs que antes viviam de MMOs e decidiram mudar o jogo (literalmente). A proposta era ousada: fazer um título grandioso, cinematográfico e cheio de identidade chinesa, capaz de competir com os grandes AAA do Ocidente.

Mas eu diria que nem tudo ocorreu como eles planejaram, aliás, dá pra sentir algumas arestas técnicas e decisões de design que mostram que eles ainda estão aprendendo a jogar na liga dos grandes.

A Jornada do Predestinado

A grande obra do estúdio foi inspirado no clássico A Jornada ao Oeste, onde o jogo te coloca na pele do Predestinado, um macaco guerreiro tentando seguir os passos do lendário Sun Wukong. A história mistura mitologia, filosofia e muita porradaria de qualidade e o resultado é uma aventura cheia de misticismo, chefes colossais e criaturas que parecem ter saído direto de um sonho taoísta. A narrativa pode ser um pouco confusa pra quem não conhece o folclore chinês, às vezes parece que o jogo te joga no meio da história e espera que você tenha lido três livros de mitologia antes de começar. É lindo, mas nem sempre fácil de acompanhar. A progressão é direta e focada, o que é ótimo pra quem quer ação sem enrolação. Cada fase tem seu tema, ambientação única, seus segredos e seu boss memorável. É gameplay old school com cara nova.

Combate digno de uma Lenda Chinesa

O ponto alto do jogo é o combate. Cada luta é uma dança mortal com ritmo acelerado, impacto e muito estilo. As animações são fluidas e os poderes do macaco são simplesmente épicos, especialmente as transformações em criaturas que mudam o ritmo da batalha e trás dinamismo pro combate. Quando tudo encaixa e você acerta o combo, é pura satisfação gamer.

Mas prepare-se o jogo é desafiador. Alguns chefes parecem ter saído de um “Dark Souls com raiva”, e a câmera nem sempre ajuda e acaba te atrapalhando em determinados momentos. A dificuldade pode ser punitiva demais para jogadores casuais que só queiram curtir a história de maneira mais tranquila.

Cenários que respiram a arte e mitologia chinesa

A ambientação e os gráficos de Black Myth: Wukong é uma obra de arte. Os cenários são absurdamente detalhados, a iluminação dá um show e cada criatura parece ter sido esculpida à mão e com muito carinho. A trilha sonora tradicional dá o toque perfeito de imersão e emoção.

A beleza que desafia o hardware, mas a Game Science fez o dever de casa

A performance às vezes vacila, especialmente nas versões de console. Há quedas de FPS e há momentos em que o jogo parece não aguentar o próprio peso visual. No mês de outubro de 2025 a desenvolvedora trouxe mais uma atualização para PC e PS5 e a versão do console que era a que mais sofria desde então, recebeu mais um modo focado em desempenho (entregando mais FPS) mas, com um custo: a iluminação, que é um dos destaques de toda essa obra. Além dessa atualização trazer um melhor desempenho para as plataformas, também trouxe melhorias gráficas que muitos jogadores vinham reclamando desde seu lançamento.

Um ponto para a desenvolvedora! Isso mostra que eles não são uma empresa apenas focados em vendas, lucros e mercado. Mas que se preocupam sim com os seus jogadores e com o estado de seus jogos.

Exploração limitada, mas cheia de propósito

A exploração é limitada, aliás, a ideia do jogo é focada no predestinado tentando seguir os passos de Sun Wukong, ou seja, o game não conta com um mapa de mundo aberto e por isso pode parecer um pouco repetitivo ou um “boss rush”. Entretanto, não é um problema grave, mas quem espera um mundo aberto vai sentir falta de liberdade.

Um marco para o futuro da Game Science

Black Myth: Wukong é uma estreia poderosa da Game Science no mundo AAA, uma carta de amor à cultura chinesa e um espetáculo visual que não deve nada a grandes nomes do gênero.

O lado bom: combate incrível, visual poderoso e uma ambientação cultural diferente de tudo que você já jogou.
O lado não tão bom: narrativa confusa (para entendê-la melhor, recomendo que pesquise um pouco sobre a história de inspiração do jogo – A Jornada ao Oeste) e pequenos tropeços técnicos (paredes invisíveis e level desing que deixam a desejar).

— Se você curte ação intensa, desafios e mitologia, é compra certa.
— Se prefere uma experiência leve e relaxante… esse macaco pode testar sua paciência e sua sanidade.

No fim das contas, Black Myth: Wukong é como seu protagonista: imperfeito, impulsivo, ousado e impossível de ignorar. Um começo empolgante pra um estúdio que, claramente, ainda vai dar muito o que falar.

Black Myth: Wukong é como seu protagonista: imperfeito, impulsivo, ousado e impossível de ignorar. Um começo empolgante pra um estúdio que, claramente, ainda vai dar muito o que falar.
87º
87º
HOT TAKE: Fervente

- Narrativa:

Inspiradora e enigmática

- Combate:

Desafiador e dinâmico

- Trilha sonora:

Imersiva e autêntica

- Diversão:

Viciante e empolgante

Uma resposta

  1. Review boa mesmo eu já joguei o jogo e concordo totalmente sobre a história ela é bem confusa.. é melhor q quem for jogar leia um pouco sobre o mito chinês o jogo é ótimo mas n entendi nada kaakakkakk

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *