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DLC de Lies of P: Overture revela os prazeres sombrios e as reinvenções de Krat

Prepare sua lâmina e afie seus reflexos: estamos voltando a Krat — mas desta vez, as marionetes não são o maior dos seus problemas.

Dois anos após o sucesso retumbante de Lies of P, o Soulslike que encantou (e atormentou) os jogadores com sua releitura sombria de Pinóquio, a Neowiz e a Round8 nos presenteiam com um inquietante prelúdio: Lies of P: Overture. Longe de ser apenas um “mais do mesmo”, Overture mergulha de cabeça em terrores inéditos, inovações ousadas no gênero e uma atmosfera que beira o grotescamente belo.

Zoológico de Krat

Logo de cara, a expansão nos lança em um novo e inquietante cenário: o já mencionado Zoológico de Krat. Inspirado nos zoológicos europeus de meados do século XX, o local é um espetáculo visual, até que você se dá conta de que as “exibições” não são mais o que costumavam ser. O que antes eram animais majestosos agora são aberrações grotescas, mutações de pesadelo que desafiam qualquer lógica… ou misericórdia.

Os detalhes arquitetônicos impressionam, mas são as pequenas descrições nas vitrines vazias, resquícios de tempos melhores, que realmente constroem o peso narrativo. Há uma poesia sombria na forma como essas anotações se ligam às criaturas deformadas que espreitam nas sombras. Um storytelling ambiental que, francamente, é uma aula.

Cangurus, Quimeras e Caos

Esqueça os oponentes humanos relativamente previsíveis do jogo base. Overture exige mais. Muito mais. Cada inimigo é um quebra-cabeça novo, uma ameaça imprevisível. Um destaque? O canguru mutante de múltiplos chutes, que ataca com um ritmo tão irregular que vai fazer até os veteranos suarem frio.

Os mini-chefes não ficam atrás. Um dos mais memoráveis é um rinoceronte que, ao atingir metade da vida, literalmente se desfaz e ressurge como uma quimera bizarra: corpo de rinoceronte, pescoço de girafa, múltiplas cabeças. É uma monstruosidade que parece saída de um pesadelo biomecânico. Tudo isso numa cadência de combate bem mais intensa que o jogo original, com rampas de dificuldade rápidas e combates que surgem a cada esquina.

Modo ”Battle Memories”

Mas Overture não é só sobre sofrer. Pela primeira vez na franquia, temos um sistema de dificuldade escalonada: o modo Battle Memories. Aqui, os jogadores podem revisitar chefes icônicos do jogo base e da expansão em cinco níveis de dificuldade distintos. Os três primeiros estão disponíveis desde o início, mas os dois últimos são um teste de coragem (e paciência), desbloqueados apenas após vencer o anterior.

É um movimento corajoso no universo Soulslike, um gênero que sempre se orgulhou da dificuldade punitiva como parte da experiência. Mas Lies of P ousa desafiar o dogma. Ao permitir que novatos escolham um ponto de entrada mais acessível, a expansão acena para um público mais amplo sem perder o respeito dos veteranos. E, convenhamos, um modo que permite treinar contra chefes lendários não é só inclusivo, mas é funcional. É a velha máxima: dificuldade justa é aquela que te ensina sem te humilhar.

Um Interlúdio Sombrio com Sabor de Promessa

Lies of P: Overture é mais que uma expansão — é uma preparação meticulosa para o que está por vir. Com sua ambientação de tirar o fôlego, inimigos que parecem saídos de uma pintura de Hieronymus Bosch e um sistema de dificuldade que desafia paradigmas, Overture é um retorno brutal, belo e bem-vindo ao mundo de Krat.

Se este é apenas o prelúdio, mal podemos esperar pela próxima sinfonia.

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